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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Capítulo 1

[Aqui vou postar o capítulo 1, mas sem as ilustrações...]


Capítulo 1
SEGUINDO A CONCHA

“E se o caso for de ir à praia, eu levo
essa casa numa sacola...” – Los Hermanos


ARIEL: – Hoje não é o meu dia. Aliás, não foi o meu dia. Definitivamente, esse é o meu fim. Visite o fundo do mar, eles dizem. Você esquecerá seus problemas e ficará mais calma, eles dizem. Você deveria pensar mais antes de agir, Ariel, ao invés de agir por impulso. Eu não devia ter falado com a rainha sobre de onde eu vim. Olha onde me meti dessa vez! Aliás, eu não devia era nem mesmo ter seguido aquele paguro!

Mais cedo naquele dia...


ARIEL: – ”Guitarra, sombrero, sol e som, vamos a la playa, bom-bom, bom-bom?” Urrul! Estamos quase chegando! Olha as dunas ali!
MEL (respirando fundo pela janela): – Ah, que brisa! Que cheirinho bom de mar! Obrigada por terem me convidado. Faz tanto tempo que não venho à praia. Ia ser legal se tivesse como a turma toda vir.
ARIEL: – O Abel ficou de passarinhar com o Pedro e a Cel hoje.* [*história do meu próximo livro...]
MEL: – Ih, pelas nuvens, tá indo chuva pra lá! Ainda bem que aqui não, por que não vejo a hora de dar um grande mergulho com essa roupa de mergulho.
AXL: – E eu, de estrear essa prancha que comprei. ”De macacão de lycra e a minha prancha, eu atravesso o sinal bem devagar, na direção do alto mar...”
ARIEL: – Hoje vai ser um dia e tanto. Há um monte de coisas para vermos, um monte de coisas para fazermos!

Dentro de um carro vermelho é onde começamos essa pequena história, há algum tempo atrás. Os três adolescentes no banco de trás do carro estavam tão empolgados quanto um cachorro esperando jogarem uma bola macia para ele buscar. Ariel ia no meio, entre seu irmão gêmeo Axl e sua amiga Melissa. Os três são grandes amigos, ainda mais porque moram na mesma rua e estudam na mesma classe.

Praia.

Após mergulhar, andar pela praia, tirar fotos (muitas), subir as dunas e fazer castelos de areia, Ariel resolve pegar seu balde de castelo de areia e fazer o que sempre fazia na praia, desde criança – coletar conchas.

ARIEL (dublando Axl e Mel): – “Não, Ariel, espera eu surfar um pouco mais.” “Calma, Ariel, assim que eu der uns mergulhos, a gente sobe as dunas.” Ah, quem precisa deles, afinal? Mas eu não estou com raiva, por que isso seria muito imaturo. Apenas, o fim de semana passa tão depressa que é melhor aproveitar. Eles não precisam mesmo de mim para se divertirem. E eu também nunca precisei mesmo de ninguém para explorar coisas. Coletar conchas não exige companhia. *contempla uma concha na mão* Elas são tão bonitas! Quantos moluscos as tiveram, e, agora, vazias, pertencem a mim. Azar de quem não quis vir comigo. O lema deles é “se uma coisa é boa, mais é melhor”, enquanto o meu é... é... O que é aquilo ali?

Ariel viu um brilho ali próximo. “Deve ser um pedaço de vidro”, pensou ela. “É melhor tirar antes que alguém se machuque.” Ela correu até lá e descobriu que não era apenas um pedaço de vidro. Era uma concha de uns 10 centímetros, de um formato bem peculiar.

ARIEL (analisando a concha na mão): – Que concha esquisita. E bonita. É como a concha que alguns crustáceos carregam, mas, meio transparente. Tem vincos como uma cebola, uma abertura embaixo como um sorriso, uma ponta como uma barbatana, e um desenho de âncora na frente. Definitivamente, eu nunca achei nada parecido em todas as coletas que já fiz. Será que dá pra ouvir o mar com ela? *coloca no ouvido* É, dá. De que bicho terá sido? Como ele fez ela? Será que é só alguma joalheria? Talvez. Quem se importa? Agora é minha! E ninguém vai acreditar quando eu mostrar. Eles dirão: “Ariel, onde você conseguiu ela?” Aí eu vou dizer: “se eu contar, vocês não vão acreditar.” Deve ser muito valiosa. É melhor guardar bem. *coloca no bolso no blusão* 12:51! É melhor ir almoçar.

Após o almoço, Ariel se retira para uma cadeira na sombra onde possa descansar um pouco olhando o céu e o mar. Como o dia estava muito quente, a brisa era muito agradável, não agradável como um desconto numa loja de cadernos estilizados, mas agradável como derrotar alguém experiente num jogo em que você é bom. Deitada, Ariel coloca os fones de ouvido para ficar ouvindo música enquanto pega no sono: “Tudo começou: janeiro, verão, sol, praia. Do mar você me olhou e procurou a mais perfeita onda...” Ela fica olhando o horizonte, bocejando e pensando:

ARIEL: – O oceano parece tão monótono visto de cima, mas é tão fervilhante de vida por baixo. *imagina pessoas de outras épocas olhando o mar e se perguntando o que havia nele e além dele* Se eu fosse um crustáceo, pegaria essa concha e-

Ela põe a mão no bolso e o sente tão vazio quanto um pen-drive formatado. A concha havia sumido! Ela se levanta duma vez como uma casa erguida por balões, e vê no chão um rastro que um crustáceo deixou, levando sua concha especial.

ARIEL: – Deve ter sido aquele paguro! Pegou minha concha especial, minha cebola de vidro, a mais espetacular que já achei nesses catorze anos!

Ela teve de correr para alcançá-lo, já que ele era bem rápido para o seu tamanho, mesmo com o peso da concha. Ariel o seguiu pela direita de onde estava até chegar numa gruta escura, iluminada apenas no final por uma abertura no teto. O paguro deixou um rastro que terminava numa pequena poça de água próxima à parede, com uma pequena abertura iluminada no fundo.

ARIEL: – Não acredito que um paguro sumiu com minha concha! Grrr! Eu sei que tenho outras, mas não como aquela. Agora ninguém mesmo vai acreditar quando eu contar. E eu não vou poder dizer que caiu dum caminhão senão vão dizer que é só uma história de pescador e que eu tenho mesmo a imaginação muito fértil. Sorte sua eu não ser do seu tamanho, paguro, senão eu passaria por essa fenda e lhe daria uma lição! E agora – o que será de mim?

Bem quando Ariel disse isso, ela percebeu um coco deixado ali próximo. Ele tinha quatro manchas brancas e um canudo listrado de vermelho e branco.

ARIEL: – É isso o que eu chamo de fruto do mar.

Nele, estava escrito: “Me beba”. Ariel o pegou e o virou, para ver o líquido que ele continha, mas nada saiu.

ARIEL: – Uau! Que coisa estranha! *balança o coco ao lado do ouvido* O peso e barulho são como se o coco tivesse algo, mas, quando o viro, não há nada dentro! Eu nunca tinha visto um coco assim. Impressionante! Será que tem mesmo algo dentro? Acho melhor beber dele, para que ele possa cumprir o seu destino final e boiar em paz. Bem, terei tempo o suficiente para me arrepender depois, mas, para tomar, talvez só tenha agora. Por que ter só um se posso ter os dois? Só se vive uma vez mesmo. Só um golinho, acho que não fará mal. É melhor ouvir minha consciência, afinal, ela é ambiental, não é? É só um coco, não é nenhum ovo de elasmossauro.

Após constatar que não havia prazo de validade escrito nele e que nenhuma bruxa tentaria engordá-la com água de coco, Ariel não perde essa oportunidade.

ARIEL (cantando mentalmente): – “água de oceano pra beber...”

No primeiro gole, ela sente um sabor doce, suave e refrescante, tipicamente tropical, e decide beber mais, seguindo fielmente a mesma curiosidade que a água não é capaz de assumir quando é transformada em vinho. Gradativamente, ela vai encolhendo e sua pele vai ficando verde e úmida.

ARIEL (olhando o coco aumentando e cair de suas mãos):– Ah!!! O que está acontecendo comigo? Eu... virei um sapo! Ou será uma rã? Bem, é melhor do que uma salamandra. Fique calma, Ariel! Nada de pânico. É melhor voltar e pedir ajuda! Mas se ninguém me der atenção? *imagina Axl e Mel dando as mesmas desculpas de antes* Não pense no pior, Ariel! Uma atitude positiva cria situações positivas. Tipo, um acidente de verdade! Isso não é emocionante? Será eu vou ficar assim para sempre? Isso só pode significar uma coisa, você sabe o quê, Ariel? Claro que sei! Significa que agora posso me inscrever oficialmente no Instituto para Jovens Mutantes. Mas, e se for a chance de recuperar minha concha? Pelo menos não tive de jogar nenhuma moeda.

Ariel mergulha e passa pela fenda até o outro lado, onde há uma porção de terra, entre a poça de onde ela veio e uma grande lagoa. O lugar é maior que o átrio anterior, mas iluminado graças a uma claridade no teto, embora sem nenhuma abertura.

ARIEL: – Que fenômeno estranho!

Na areia, Ariel vê o rastro do paguro seguindo até sumir dentro da grande lagoa.

ARIEL: – Não! *suspiro* Agora, como o seguirei?

Ela percebe, então, uma bandeja coberta numa pedra ali próxima e vai pulando até ela. Ao abrir a bandeja, encontra um cogumelo vermelho com manchas brancas e olhos pretos, com uma etiqueta – “Me coma”.

ARIEL: – Me lembrei das roupas que as meninas lá da cidade tão usado ultimamente. O que de pior pode acontecer, já que virei esse sapo? E eu sempre quis provar um desses. Se já fiz uma coisa impossível hoje, por que não arredondar para duas? Só falta eu crescer duma vez como um telescópio refrator, igual à Alice.

Sabendo que a maioria dos cogumelos é venenosa, Ariel deu apenas uma pequena mordida no cogumelo.

ARIEL: – Estou do mesmo jeito. É melhor do que não ter jeito. *ri* Bem, isso é o que acontece quando se come algo, eu sei, mas não posso ser um sapo para sempre! É melhor eu voltar e beber do coco. Quem sabe volto ao normal. Era o que eu devia ter feito antes de pular pra cá. Se aqui ao menos tivesse um belo príncipe... *suspiro apaixonado* Pelo menos esse cogumelo tem sabor de morango e baunilha.

O que Ariel não sabia é que aquele não era um cogumelo qualquer. Ela come o resto do cogumelo sem perceber que se transformou novamente.

Capítulo 2
A LAGOA (QUASE) DESERTA

2 comentários:

  1. ÁQUILA

    abel ta muito massa essa historia!!!
    ei eu comprei o protocolo blue hand

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    1. Cara, tu é doido!
      Quero muito ver o livro quando chegar!
      Ah, sim, valeu! ^^'

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Angel Lyla